Mulher trans bate recorde no atletismo e oponentes rebatem vitória: ‘injusta’

Outros atletas questionam a superioridade da atleta trans em relação às outras mulheres.

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Valentina Petrillo é uma atleta italiana que está chamando a atenção do mundo do atletismo. Ela nasceu Fabrízio Petrillo, mas há alguns anos passou por um procedimento por meio da aplicação de hormônios femininos, visando a troca de gênero, e agora compete na categoria feminina em um nível master, destinado a atletas com idade superior a 50 anos.

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Desde seu início em competições femininas, sua performance foi surpreendente, pois mesmo com uma deficiência visual, seus resultados estão superando os parâmetros do esporte. Inclusive, no último dia 12, ela quebrou o recorde nacional nos 200m indoor, com a marca de 26s27.

As vitórias da atleta têm gerado polêmica

No entanto, o feito de Valentina está sendo contestado por alguns. O estatístico Marco Alciator afirmou que se ela competisse contra os homens, na mesma categoria, seu resultado não seria tão estrelado. Mais de 30 atletas italianos assinaram um abaixo-assinado levantando a questão da superioridade física de Valentina, o que tornaria a competição “injusta”. Cristina Sanulli, o segundo lugar na corrida em que Valentina bateu o recorde, afirmou que não se sente igual à atleta, já que sua estrutura física é masculina.

A polêmica em torno de Valentina não é novidade. A Federação Italiana de Atletismo impediu que ela participasse dos Jogos Paraolímpicos de Tóquio, já que, segundo eles, ela mantém características masculinas que violam os princípios de lealdade e equidade na base de todas as competições esportivas.

Valentina, no entanto, continua competindo e conquistando títulos. Ela começou a alteração de seu sexo biológico há alguns anos. Casado com uma mulher na época, ela confidenciou à esposa e ao filho que se sentia mulher e trocaria de sexo. Fabrizio Petrillo, como era conhecido antes da mudança, já tinha uma história no esporte. Diagnosticado com uma doença nos olhos, ele jogou futsal e depois mudou para o atletismo. Entre os homens paralímpicos, ele alcançou bons resultados nos 100, 200 e 400 metros.

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Ainda não se sabe como ficará a situação da atleta

Após tanta discussão e debates, resta saber se a polêmica em torno de sua participação nas competições femininas continuará ou se ela será aceita como uma atleta legítima e respeitada.