Após recente visita ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, a imagem do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), usando um boné com as letras ‘CPX’ ganharam repercussão nas redes sociais. Bastaram algumas horas para que uma imensa quantidade de fake news ganhassem os perfis e grupos de mensagens.
Bolsonaristas passaram a associar a abreviação de ao crime organizado, quando na verdade, ‘CPX’ significa Complexo e é usado pelas comunidades no Rio de Janeiro, como: Alemão, Maré, Penha, Chapadão e Salgueiro.
A deputada federal eleita, Carla Zambelli postou em seu perfil nas redes sociais duas imagens. Uma do presidente com boné da Polícia Rodoviária Federal e outra de Lula com o boné ‘CPX’ e escreveu: “Eu quero ser a polícia! E você?”.
Porém, a distorção que associa o petista ao tráfico, também foi intensificada pelo filho do presidente. Flávio Bolsonaro usou o seu perfil no Twitter e postou: “Mais uma coincidência de simpatia pelo tráfico de drogas?”.
Em outra postagem, Flávio compara a ida do pai à basílica de Aparecida (SP), no Dia da Padroeira, com a campanha de Lula no Complexo do Alemão, no que chamou de “QG do Comando Vermelho”. A visita de Jair Bolsonaro à basílica foi vista por muitos religiosos como ato de campanha para pedir votos.
Durante missa em Aparecida, o padre Camilo Júnior fez uma crítica indireta ao presidente e aos seus apoiadores que causaram tumulto dentro e fora da missa. “Parabéns a você que está aqui dentro em testemunha…. Hoje não é dia de pedir voto, hoje é dia de pedir bênção”, disse Camilo.
Mais cedo, o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, também alfinetou a presença do presidente e falou da necessidade de vencer os ‘dragões’ do ódio, da fome e do desemprego’. Durante seu sermão, apoiadores de Bolsonaro vaiaram o arcebispo na parte externa da basílica.