Mulher da Casa Abandonada vai ser presa? Embaixada dos EUA se manifesta sobre o caso que viralizou no Brasil

O Fantástico apresentou neste domingo (07) a história das investigações e a demora da Justiça em tomar providências quanto ao caso.

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Um dos principais assuntos comentados entre os internautas brasileiros diz respeito ao polêmico caso de A Mulher da Casa Abandonada, o mesmo nome dado ao podcast conduzido pelo jornalista Chico Felitte que investiga a história de Margarida Bonetti e seu marido, Renê. O ex-casal manteve uma mulher em condições análogas à escravidão pelo período de 20 anos, incluindo sessões de tortura psicológica e espancamento.

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O conhecimento do crime veio graças a uma viagem feita por Renê e Margarida. A vítima, sozinha, conseguiu a ajuda de uma vizinha, que lhe auxiliou na fuga para um abrigo. Com a denúncia, Renê foi condenado a uma pena de seis anos de prisão, ao passo que Margarida fugiu para o Brasil, passando a morar em uma casa na cidade de São Paulo.

Fantástico expõe detalhes da história de Margarida Bonetti

O Fantástico, transmitido pela Rede Globo neste domingo (07), trouxe detalhes da situação envolvendo Margarida. Em fevereiro de 2000, uma equipe da emissora carioca mostrou o esconderijo da acusada em uma casa localizada na região de Higienópolis.

Em abril do mesmo ano, a Embaixada dos Estados Unidos pediu à Polícia de São Paulo a extradição de Margarida. Em 2003, o Tribunal de Justiça paulista deixou de atender o pedido em virtude da ausência de respostas por parte das autoridades estadunidenses, declinando a análise do feito à intervenção do Ministério da Justiça.

Em resposta, um funcionário do Ministério da Justiça chegou a afirmar na época que “o departamento de Justiça norte-americano ainda não tinha transmitido a informação requerida sobre Margarida Bonetti”. Desde então, a Polícia empreendeu buscas pela localização da acusada, a qual jamais fora localizada. Por isso, em 2005, a Polícia Civil pediu um “indiciamento indireto”.

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Ocorre que o Ministério Público não acatou o pedido da Polícia Judiciária, opinando pelo arquivamento do caso. Em entrevista ao Fantástico, o então promotor de justiça explicou a decisão adotada pelo “Parquet”: “Não foi obtida prova de que a Margarida ingressou no Brasil. Que ela jamais foi encontrada no país. E que só suspeitas não bastam para autorizar a ação penal”.

Ainda em consulta à Embaixada dos Estados Unidos, a equipe do Fantástico recebeu, como resposta, que o caso havia sido resolvido, razão pela qual não iriam se manifestar. Com o decurso de vários anos, é provável que a legitimidade para uma ação penal tenha restado prescrita, razão pela qual a possibilidade de prisão de Margarida é remota. Todavia, ainda não há uma elucidação completa para o desfecho da história.