Caso Moïse: praticante de religião africana, agressor nega racismo ao ser preso

Brendon, o Tota, foi um dos três homens presos pelo assassinato de Moïse.

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Moïse Kabagambe foi agredido até a morte em quiosque do Rio de Janeiro, no dia 24 de janeiro. O crime está repercutindo em todo o país e três suspeitos foram presos. Um deles é Brendon Alexander Luiz da Silva, que prestou depoimento à Polícia Civil.

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Brendon trabalha como barraqueiro na praia e contou à polícia que Moïse estava bebendo desde cedo no dia em que o crime aconteceu. Segundo ele, o congolês pegou duas cervejas e disse que pagaria mais tarde. Quando a confusão no quiosque começou, Brendon empurrou Moïse e teria sido ameaçado.

Como luta jiu-jitsu, Brendon foi para cima de Moïse para imobilizá-lo. O congolês resistiu o quanto pode. Um homem identificado como Belo teria agredido o jovem africano neste momento. De acordo com Brendon, um cliente avisou que Moïse não respirava.

No registro da câmera de segurança do quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, Brendon aparece fazendo massagem cardíaca em Moïse. O resgate foi chamado por Alisson Cristiano, outro detido pelas agressões. Brendon contou em depoimento que achava que Moïse seria salvo. Ele ficou sabendo da morte no dia seguinte, pela internet.

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Brendon negou que as agressões tenham sido causadas por racismo. “Que ressalta ainda que a religião que pratica é originária da áfrica, mesmo continente de origem da vítima”, diz trecho do depoimento divulgado pela TV Globo. Brendon, Alisson e Fábio Pirineus estão presos e devem responder pelo crime de homicídio duplamente qualificado. A vítima não teve chance de se defender e o meio utilizado foi cruel.