Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União descobriu que o governo federal, através do Ministério da Defesa, teria usado recursos que eram para o enfrentamento da Covid-19 para a compra de vários artigos de luxo, entre eles: picanha e filé mignon.
De acordo com o relatório apresentado pelo TCU, foram R$ 535 mil destinados aos artigos de luxo, ao invés de serem utilizados para ajudar o país na guerra contra o novo coronavírus. A Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas fez um levantamento sob sigilo e os dados surpreenderam a muitos.
As supostas irregularidades na aquisição de alimentos foram investigadas e chegou-se à conclusão que a prática vem acontecendo desde 2017. O jornal Folha de S. Paulo conseguiu ter acesso ao relatório e divulgou todos os dados.
De acordo com o documento, era para ter uma redução nos gastos das Forças Armadas no ano passado, justamente por causa da pandemia, mas aconteceu o contrário.
O Ministério da Defesa se pronunciou após a reportagem da Folha e alegou que o Exército, a Marinha e também a Aeronáutica precisaram ser mantidas mesmo com a pandemia e esse é o motivo dos gastos não apresentarem uma redução.
O relatório mostra que a Defesa chegou a comprar: bebidas alcoólicas, camarão, bacalhau, salmão e várias carnes bovinas nobres. Parte do dinheiro usado para pagar essas compras deveria ter sido utilizado no combate à pandemia.
Em um dos trechos, o relatório condenou o gasto: “Não parece razoável alocar os escassos recursos públicos na compra de itens não essenciais, especialmente durante a crise sanitária, econômica e social pela qual o país está passando, decorrente da pandemia“.