Nesta sexta-feira, 10, chegou ao fim o julgamento dos quatro réus acusados por 242 vidas perdidas no incêndio da Boate Kiss, em 2013. Todos os réus foram condenados. Durante o julgamento, foram ouvidas 16 testemunhas, 12 vítimas e ainda um informante. Após dez dias de depoimentos, o júri, que conta com seis homens e uma mulher, chegou ao veredito na tarde desta sexta-feira.
Todos os réus foram condenados de 18 a 22 anos de prisão e, inclusive, tiveram prisão decretada ao fim da sessão, o que acabou sendo convertido, devido a um habeas corpus.
Após a deliberação do júri, o juiz Orlando Faccini Neto afirmou que a sentença é pública, mas destacou que não a leria inteiramente. Neto destacou que a culpa dos réus é elevada, mesmo sem dolo eventual.
Após ter lido parte do veredito, o juiz ainda citou a sentença de cada um dos réus. O sócio-proprietário da boate, Elissandro Callegaro Spohr, foi condenado a 22 anos e seis meses de detenção. O seu parceiro de negócio, Mauro Londero Hoffmann, recebeu a sentença de 19 anos e seis meses de prisão. Além deles, o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, que acendeu os fogos que deram início ao incêndio, foi condenado a 18 anos de prisão. Além de Marcelo, o roadie da banda, Luciano Augusto Bonilha Leão, também foi condenado a 18 anos de prisão – ele foi acusado de passar o artefato pirotécnico aceso.
Contando com mais de 19 mil páginas, o caso envolvendo a tragédia da boate Kiss é o maior e mais longo processo já visto pela Justiça do Rio Grande do Sul. Vale lembrar que o Ministério Público (MP) já havia pedido que todos os réus fossem condenados no caso por homicídio doloso – crime em que o acusado tem a intenção de matar ou assume o risco de morte.