Réu em julgamento da boate Kiss desabafa: ‘se for para tirar a dor dos pais, me condenem’

Luciano Bonilha prestou depoimento no 9º dia do júri, nesta quinta-feira (9).

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O produtor musical Luciano Augusto Bonilha Leão, de 44 anos, atuava como auxiliar de palco da banda Gurizada Fandangueira em 2012, quando incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), tirou a vida de 242 pessoas. Luciano é um dos quatro réus no julgamento que entrou no nono dia nesta quinta-feira (9).

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Os quatro réus estão sendo julgados pelas 242 mortes e 636 tentativas. Foi Luciano quem acionou o artefato que iniciou o incêndio na boate. Em seu depoimento ao júri, ele afirmou que tem a consciência tranquila de que não foi seu ato que tirou a vida dos jovens que morreram naquele dia.

“Se for pra tirar as dor dos pais, eu tô pronto, me condenem”, disse Luciano. O produtor musical também afirmou que se tivesse morrido no incêndio, sua mãe estaria no tribunal ao lado dos familiares das vítimas. O homem deu detalhes sobre aquele dia.

Acusação contra Luciano Leão

A banda Gurizada Fandangueira tinha o costume de usar artefatos pirotécnicos em seus shows. Ao menos nove apresentações haviam sido feitas utilizando fogos. Duas dessas apresentações, segundo Luciano, foi na boate Kiss. O produtor contou que não tinham a informação de que o teto do palco da boate havia sido rebaixado e que um revestimento espuma havia sido colocado.

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O Ministério Público do Rio Grande do Sul aponta Luciano como um dos responsáveis pela morte de 242 pessoas por ter acionado o artefato que era para uso em locais externos. Acusação que pesa sobre ele é a mesma em relação ao músico Marcelo de Jesus dos Santos, de 41 anos. Segundo o MP, os dois acionaram os artefatos e deixaram a boate sem alerta o público sobre o incêndio que havia começado. Eles tinham acesso ao sistema de som do local.