Em meio à pandemia um dos maiores problemas do país se escancarou ainda mais e, mesmo que no passado tenha parecido timidamente combatido, quando a situação econômica piora, a pressão por uma solução acaba aumentando cada vez mais. Vem crescendo a pobreza nas casas de milhões de brasileiros e com ela vem a fome. Um dos fatos que fazem pensar no assunto é o desinteresse pelo ensino, seja ele presencial ou remoto, já que o mesmo vem sendo trocado pelo trabalho ou ócio.
De acordo com especialistas ouvidos pelo portal de notícias Diário do Nordeste, a escola não é o único caminho para a proteção social de crianças e adolescentes.
Alguns dados mostram que a desigualdade aumentou no Brasil. Atualmente, os mais ricos estão subindo, enquanto os mais pobres descem. Em maio, 89 milhões de pessoas (56% da população do país) afirmaram que a renda de casa diminuiu em meio à pandemia da Covid-19. Os dados são de uma pesquisa realizada pelo Unicef sobre Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes.
Ainda está sendo realizada uma pesquisa para a medição do desempenho estudantil, mas os especialistas já sugerem que os resultados trarão tristeza, já que é possível ver o impacto negativo do despreparo para o ensino remoto no país em meio à pandemia.
Ao comentar sobre o assunto, a doutora em Economia Alessandra Benevides afirmou que a pandemia da Covid pegou crianças de até 6 anos de uma forma na qual eles não sabem nem se dá pra reverter, já que, segundo ela, existe um risco cognitivo e educacional.
A professora Jekeline Alencar também comentou sobre o assunto e defendeu que não basta apenas a volta às aulas presencialmente. Alencar destaca que o aumento da pobreza traz o fantasma da fome e, assim, crianças aparecem nas escolas em situação mais empobrecida.