Roer unhas, morder gola, pegar orelha: especialista explica como proceder quando o medo da criança vira mania

Profissionais da área explicam que não adianta reprimir as crianças nesse tipo de situação.

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A ansiedade fora de controle, especialmente durante o período da pandemia do coronavírus, causa medo. Em alguns casos, as crianças podem expressar o medo através de manias e tiques. Muitos pequenos acabaram desenvolvendo hábitos como morder a gola da blusa, roer unha, piscar os olhos muitas vezes seguidas e ficar mexendo nas orelhas.

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Vanessa Mendes, de 33 anos, mãe do pequeno João, de quatro aninhos, disse que o filho desenvolveu a mania de ficar roendo as unhas. A situação chegou a ficar tão extrema que o pequeno machucava os dedos. A mãe conta que o filho não percebe, mas acaba colocando os dedos à boca a todo momento.

O pai do pequeno Leonardo, de quatro aninhos, também observou uma mudança no comportamento do filho. Segundo o engenheiro Daniel Santos, o filho ficou uma criança ansiosa durante a pandemia, principalmente por estar afastado da escola. O garotinho desenvolveu a mania de ficar puxando as orelhas. Caso a situação se estenda, o pai disse que buscará a ajuda de um psicólogo.

O especialista, o psiquiatra Wimer Junior, explicou ser importante observar a criança antes de uma intervenção. Reprimir não é uma solução, pois eles precisam se sentir protegidos. Tentar mudar o foco na hora do tique é uma opção válida. No entanto, se os pais perceberem que essas manias estão prejudicando o dia a dia dos pequenos pode significar ser a hora de procurar ajuda.

É imprevisível saber o impacto que os tiques e medos podem trazer no futuro. Contudo, os pequenos que tem um ambiente familiar adequado, com pais que consigam identificar e trabalhar essas questões emocionais, certamente serão mais resistentes.

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Entretanto, a ausência de suporte correto pode acabar gerando transtornos de ansiedade generalizado, podendo impactar a vida das crianças. “Os adultos precisam se tornar um fator de proteção, e não de risco, e intervir em cada caso e necessidade, se preciso, com a ajuda de profissionais”, ressaltou. Vale lembrar que os pais são o porto seguro dos filhos e a conexão existente entre eles é que irá ajudar a enfrentar a situação para que todos saiam mais fortes. Caso perceba que essas manias estejam causando prejuízos ao seu filho, busque a ajuda de um profissional.