A cidade de Santarém, no Pará, ligou o alerta após computar mais três novos casos suspeitos da Síndrome de Haff, popularmente chamada de doença da urina preta. No último final de semana, um mototaxista, identificado como Genivaldo Cardoso de Azevedo, de 55 anos, morreu com suspeitas do problema.
O Hospital Municipal Dr. Alberto Tolentino Sotelo, unidade onde ele ficou internado em Santarém, registrou mais três casos suspeitos da doença, sendo que um paciente já recebeu alta e outros dois ainda estão internados. Todos aguardam a confirmação de exames para identificar a patologia.
Efeitos
Em entrevista ao portal G1, o diretor técnico do HMS, Vinícius Savino, afirmou que a doença da urina preta ocorre através da ingestão de peixe, onde os mesmos podem liberar toxinas prejudiciais ao corpo humano, afetando o sistema muscular e órgãos. A grande questão está na condição de armazenamento e cuidado com o peixe.
“Ao ingerir o produto, mesmo cozido, a toxina provoca a destruição das fibras musculares esqueléticas e libera elementos de dentro dessas fibras no sangue, ocasionando danos no sistema muscular e em órgãos como os rins”, disse Savino.
Os sintomas da Síndrome de Haff aparecem entre 2 a 24 horas após o consumo de peixes ou crustáceos, apresentando dores na região cervical, câimbras fortes, enjoo, vômito e a coloração da urina na tonalidade escura, motivo pelo qual o problema é intitulado de doença da urina preta. A enfermidade ataca diretamente o sistema muscular, podendo levar ao óbito. Desde o ano passado, a doença passou a ser mais comum, computando inclusive um caso fatal em Pernambuco.
O cenário alarmante de casos suspeitos da urina preta impactaram em uma mobilização do sistema de saúde do Pará, que vem acompanhando de perto caso a caso, monitorando os pacientes internados na unidade hospitalar e os que receberam alta médica e já estão em casa.