O dia 31 de agosto ficará marcado para toda a história: data em que Dilma Rousseff, a primeira mulher eleita para a Presidência, sofreu um processo de impeachment.
O ano era 2016. O processo, que se arrastou por nove meses, começou em novembro de 2015. Seis dias de sessão e mais de 60 horas foram o suficiente para o Senado aprovar, com 61 votos a favor, o fim da gestão de Dilma Rousseff e do PT no poder.
Michel Temer assumiu o lugar da presidente (ou presidenta, como gosta de ser chamada).
Dilma vive no Rio Grande do Sul e também não tem cargo público. No entanto, ao contrário de seus algozes, participa ativamente do debate político no país e em seu partido.
Mas, o que mudou? O impeachment foi bom para o país?
Desde a queda de Dilma, o Brasil caiu de 6ª economia do mundo para 12ª. O dólar, que era cotado a R$ 3,22 em 2016, saltou para mais de R$ 5,00.
O desemprego hoje atinge mais de 14,8% dos brasileiros, com condições trabalhistas cada vez mais precárias.
A gasolina em 2016 era comercializada ao preço médio de R$ 3,73. Hoje, em alguns estados, o litro do combustível ultrapassa os R$ 7,00.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em 2021, o brasileiro consumirá a menor quantidade de carne vermelha por pessoa em 25 anos.
De acordo com o órgão, o cenário de crise dos últimos anos e a lenta recuperação pós-impeachment derrubou o consumo total de carnes. Em 2013, quando o PT estava à frente do governo, o consumo per capita no Brasil de carne era de 96,7 quilos por ano. Neste ano, o consumo total deve ficar 5,3% abaixo do pico.
O menor consumo tem relação direta com o preço. Com a renda menor, as famílias compram menos carnes em geral e substituem as mais caras pelas mais baratas.
Agora, algumas perguntas sem respostas: como estaria o Brasil se Dilma terminasse o seu mandato? Se fosse o PT no poder atualmente, a crise sanitária teria sido melhor administrada ou também transformada em crise política?