Nicolas André Moraes, 32, é visto pela Polícia Federal como o operador de uma quadrilha acusada de ser a responsável por desviar mais de R$ 300 milhões dos cofres públicos paraenses e usar bens de luxo para realizar a lavagem do dinheiro.
O homem é considerado um dos maiores pecuaristas do estado nortista e já havia sido preso em setembro de 2020, porém, acabou sendo beneficiado com a prisão domiciliar. Esta semana, com novas provas colhidas pela PF, um novo pedido de prisão de Nicolas foi feito.
O nome do pecuarista consta em uma lista da operação SOS, deflagrada pela Polícia Federal na última quarta-feira (18). A PF busca agora esclarecer fatos ligados aos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro que vieram à tona com a operação.
Em entrevista concedida ao programa Fantástico, da Rede Globo, José Neto, delegado da Polícia Federal afirmou que se trata de uma quadrilha que já atua há algum tempo e que em 2019 se deparou com a oportunidade de praticar tais crimes.
De acordo com o inquérito, Nicolas teria livre acesso à cúpula do governo do Pará e foi quem indicou quatro organizações sociais para contratos fraudulentos estimados em R$ 1,2 bi, passando a gerenciar cinco hospitais regionais e outros quatro hospitais de campanha levantados para combater a pandemia.
Ainda conforme foi apurado, as organizações indicadas pelo pecuarista recebiam verba do governo do estado e contratavam outras empresas para a prestação do serviço, a conhecida quarteirização. Em seguida, os serviços eram superfaturados e muitas vezes nem eram executados, enquanto a verba repassada pelo estado voltava para a mão dos criminosos em um esquema de lavagem de dinheiro.
Investigadores estimam que ao menos R$ 300 milhões tenham sido desviados pela quadrilha e destinados à compra de carros luxuosos, aeronaves, gado e fazendas.