Vítima de uma bala perdida após troca de tiros entre policiais militares e traficantes em Lins de Vasconcelos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, a jovem Kathlen Romeu, de 24 anos, foi sepultada nesta quarta-feira (9), no Cemitério do Catumbi, no Centro do Rio. Grávida de quatro meses, ela acabou não resistindo aos ferimentos, e teve morte confirmada em sua entrada no Hospital Municipal Salgado Filho.
A cerimônia foi marcada por grande comoção dos presentes. Ainda durante o velório, a avó paterna de Kathlen, Ângela Romeu, passou mal e teve que ser amparada por amigos e familiares. A jovem gestante caminhava com a outro avó, Sayora Fátima, quando foi atingida pelo disparo.
Em entrevista, a avó materna disse que no momento dos disparos viu a neta caída no solo, e pensou que ela estava se protegendo, e se abraçou a ela para evitar o pior, quando na sequência notou que a jovem já havia sido atingido por um disparo.
Fortes acusações
Inconformada com a perda irreparável, a mãe de Kethlen, Jaqueline de Oliveira Lopes, desabafou para alguns profissionais da imprensa que estavam cobrindo o velório, e voltou a fazer fortes acusações contra a Polícia Militar.
“Se a minha filha fosse morta por bandido eu não falar nada com vocês porque eu sei que eu moro em um lugar que eu não poderia falar. Então ficaria na minha. Mas não foi. Foi a polícia que matou a minha filha. Foi a PM que tirou a minha vida, o meu sonho”, disparou a mãe da vítima.
Em laudo do Instituto Médico Legal (IML) divulgado nesta quarta-feira (9) ficou constatado que a jovem e o bebê morreram por conta de um tiro de fuzil no peito. Kathlen e boa parte de sua família havia deixado recentemente a comunidade para fugir dos confrontos reincidentes entre policiais e traficantes, e dificilmente visitava o local, temendo algum episódio violento.