Em 2020, Jair Bolsonaro teria recusado vacinas da Pfizer por 50% do valor que viria a ser vendido a EUA e Europa

O governo federal do Brasil pagaria 10 dólares por dose, enquanto potências globais desembolsaram valores próximos a 20 dólares.

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Informações apuradas e publicadas inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo indicam que, em 2020, o governo federal do Brasil recusou uma proposta da farmacêutica Pfizer para a aquisição de suas vacinas contra o coronavírus por metade do prelo que viria a ser vendido para grandes potências globais que estão em retas finais de suas campanhas de imunização em massa da população, a exemplo de Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia.

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A referida fonte indica que, caso o governo federal do Brasil aceitasse a oferta naquele momento, receberia um lote de 70 milhões de doses da vacina Pfizer ao custo de 10 dólares por unidade. Em contrapartida, os valores chegaram a 20 dólares aos outros países que também negociaram o imunizante junto à farmacêutica.

Em agosto de 2020, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ao falar sobre a proposta da Pfizer, disse que a farmacêutica apresentou um contrato “agressivo”, indicando problemas em algumas de suas cláusulas. Além disso, considerou, naquele instante, elevado o valor de 10 dólares por dose. Todavia, meses depois o valor viria a ser acatado pela mesma gestão da pasta.

Na última sexta-feira (4), o vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que o governo federal do Brasil ignorou 53 e-mails da farmacêutica Pfizer com propostas de vacinas contra a Covid-19.

No Brasil, 11% da população foi vacinada com as duas doses. A porcentagem é diminuta para gerar uma imunização em massa, freando a economia nacional, sobretudo no que tange ao setor de prestação de serviços, responsável por 70% do PIB. É o que dizem vários economistas.

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