No sábado, 22, cenas de violência policial marcaram as manifestações contra o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) no Centro do Recife. Contudo, esse tipo de violência já acontece há anos, e a prova disso é a história do fotógrafo Alex Silveira.
O fotógrafo acabou sendo vítima da mesma arma, supostamente não letal – espingardas semiautomáticas calibre 12, responsáveis por disparar balas de borracha ou balim – por isso, perdeu a visão do seu olho esquerdo enquanto cobria uma manifestação de professores na capital paulista em maio de 2000.
Alex conta que, “por razões óbvias”, ficou muito triste ao ver o que aconteceu no último final de semana. Além disso, o fotógrafo ainda ressaltou que notícias do tipo sempre chegam a seu conhecimento.
Após o acidente, há 20 anos Alex enfrenta uma briga judicial para conseguir ser indenizado pelo governo de São Paulo.
Ao comentar sobre o ocorrido, Silveira ressalta ser algo que está acontecendo há mais de duas décadas e que o Estado “não assume a culpa”. O profissional chega, inclusive, a questionar se precisou que mais duas pessoas fossem atingidas no rosto para que se veja que está tudo errado.
Imagens de dois homens com os rostos ensanguentados em Pernambuco representam o resultado das manifestações contra o governo federal, contudo, mais do que isso essas imagens ainda mostram a espiral do comportamento das forças de segurança do País e a forma como a Justiça brasileira trata as vítimas de violência promovida pelo estado.
No ano de 2014, a Justiça de São Paulo alterou a sentença que havia sido dada anteriormente no caso de Silveira, que condenada o Estado a pagar ao fotógrafo uma indenização de 100 salários mínimos. Com a alteração da sentença, a Justiça considerou que Alex foi o culpado pelo ferimento em seu olho.