Atraso por exames fez gêmeos escaparem de ataque em creche; eles eram da mesma turma das vítimas

Crianças foram levadas para a escola, mas pais decidiram trazê-los de volta porque os outros bebês da sala estavam na hora do sono.

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Dois irmãos gêmeos escaparam do bárbaro ataque na Escola Pró-Infantil Aquarela, em Saudades, na última terça-feira (4), por conta de uma decisão dos pais de última hora. Os pequenos Miguel Antonio e Maria Helena, de 1 ano e 6 meses, eram da mesma turma das quatro crianças esfaqueadas, e só não foram a aula naquela manhã em função do atraso em uma consulta médica.

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Os gêmeos chegaram cedo à creche, pois foram realizar exames de rotina. Os pais das crianças, Franciely dos Santos Weckert, de 30 anos, e Ederson Wechert, de 32 anos, chegaram a levar os filhos até a porta da sala de aula, mas ao notarem as outras crianças dormindo na “hora da soneca”, optaram por trazê-los de volta para casa. Esse retorno ocorreu por volta das 8h40, menos de 1h30 do atentado.

De folga no dia, Franciely resolveu levar os filhos para casa justamente com o objetivo de aproveitar o dia com eles. Menos de duas horas mais tarde, ela recebeu uma ligação do marido, que já estava em serviço em uma cidade vizinha, contando sobre o ataque na Aquarela. 

Atraso nos exames

Segundo os pais, os exames de Miguel Antonio e Maria Helena deveriam ter sido feito há 15 dias. Contudo, foi decidido reagendar para a última terça-feira (4), data que coincidentemente foi registrado a chacina na creche, que ceifou a vida de cinco vítimas – três crianças menores de 2 anos e duas funcionárias da unidade escolar. 

Ao chegar no hospital para o exame, que fica a duas quadras da residência onde moram, o casal percebeu que a caderneta de saúde dos filhos havia sido esquecida, e eles retornaram para casa, fato que atrasou ainda mais a ida deles até a escola infantil. 

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Diante de todo o episódio vivido, Franciely ainda não sabe quando vai levar os filhos de volta à escola.

“Eu estou com bastante medo. A gente não sabe o que vai acontecer no dia de amanhã. Vamos esperar pelo menos até a investigação terminar, para ver se tinha só ele [o autor do crime]. Por que é muito difícil”, disse a mãe dos gêmeos.