Nesta sexta-feira, 7, o Acnudh (Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos) afirmou estar “profundamente perturbado” com a chacina que resultou na morte de 25 pessoas, incluindo um polícial, na favela do Jacarezinho, localizada na zona norte do Rio de Janeiro.
Para alguns jornalistas em Genebra, Rupert Colville, porta-voz do Acnudh, relembrou que uso da força só deve ser realizada em casos onde forem estritamente necessárias. Além disso, ele ainda ressaltou a importância de respeitar os princípios da legalidade, precaução, proporcionalidade e necessidade.
Além disso, ainda para os jornalistas, o representante da ONU afirmou que o órgão está profundamente perturbado com relação às mortes na chacina no RJ. E não foi só isso, Colville ainda cobrou a abertura de uma investigação completa, independente e imparcial, “de acordo com padrões internacionais”.
Durante o bate-papo, o porta-voz da ONU ainda aproveitou para questionar o atual modelo do Brasil referente ao policiamento em comunidades. De acordo com Colville, os agentes da segurança estão presos em um “ciclo vicioso de violência letal” que acaba causando um impacto dramático e adverso sobre as populações que já sofrem.
Vale ressaltar que desde junho de 2020, operações policiais em favelas do RJ seguem proibidas diante de decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), isso devido à pandemia da Covid-19. Diante disso, tais operações só podem ser realizadas em casos excepcionais.
Após a chacina, a Polícia Civil afirmou que a ação tinha como principal objetivo o aliciamento de jovens para o trafico de drogas na comunidade, no entanto, ONG’s de direitos humanos e moradores do Jacarezinho denunciam a ocorrência de execuções durante a operação.