O vereador do Rio de Janeiro Dr. Jairinho e a professora Monique Medeiros foram presos na manhã dessa quinta-feira (08/04) acusados da morte do garoto Henry Borel de 4 anos. A polícia acredita que a criança faleceu após uma sessão de espancamento do padrasto com a conivência da mãe Monique.
Jairinho herdou a política do pai, o ex-deputado estadual Coronel Jairo, muito influente no Rio de Janeiro por ser Coronel da Polícia Militar. De acordo com o Ministério Público Federal, o Coronel também tinha influência em nomeações do Detran-RJ, mais precisamente nos bairros de Campo Grande e Bangu, reduto eleitoral do pai e também do filho. O parlamentar tinha o poder de nomear os chefes das unidades, que eram responsáveis pelas vistorias dos carros.
Coronel Jairo foi preso em novembro de 2018 pela Polícia Federal na operação Furna da Onça, que mirava o esquema de corrupção do ex-governador Cabral. O então deputado foi acusado de participação no caso do “Mensalinho” na Assembleia Legislativa do Rio. O Ministério Público Federal alega que o esquema movimentou R$ 54 milhões. Esse valor foi repassado para os deputados que votassem a favor do governo.
Na última eleição para deputados, Coronel Jairo foi eleito primeiro suplente, mas por estar detido não pôde assumir seu mandato no lugar de Anderson Alexandre, que também foi preso. Jairo está solto desde dezembro de 2019, quando conseguiu um habeas corpus.
Tanto Coronel Jairo quanto Dr. Jairinho já foram apontados de serem envolvidos com a milícia do Rio de Janeiro. A equipe do jornal O Dia que foi torturada em 2008 na Favela do Batan, afirmou em depoimento que os dois estavam presentes na sessão de tortura. No entanto, o caso foi arquivado por falta de provas e ambos foram inocentados.