O Brasil está passando pelo pior momento da pandemia: enquanto o número de óbitos ultrapassa os 300 mil em pouco mais de um ano, muita gente está vivendo aflita em relação à falta do auxílio emergencial e na espera quase que interminável pela tão esperada vacina.
E não demorou muito para que surgissem informações de que algumas pessoas acabaram furando a fila para serem vacinadas. De acordo com matéria do Piauí, na Folha de São Paulo, um grupo de políticos e empresários, em sua maioria ligados ao setor de transporte de Minas Gerais, se vacinaram, assim como seus familiares, na última terça-feira (23).
As informações dão conta que a primeira das duas doses da Pfizer foram administradas em cerca de 50 pessoas, após compra por iniciativa própria e sem repasse ao SUS, como prevê a lei. A segunda dose seria administrada dentro de 30 dias, e as duas doses custaram o valor de R$ 600 para cada pessoa.
Um dos vacinados foi o ex-senador Clésio Andrade, que foi presidente da Confederação Nacional do Transporte. Ele chegou a afirmar que sua vacinação pelo SUS aconteceria dentro de uma semana, que não precisava tomar a dose de maneira particular, mas o fez por ter recebido um convite: “foi gratuito para mim”, disse.
Ainda de acordo com a Piauí, os responsáveis pela organização da vacinação foram os irmãos Rômulo e Robson Lessa, que não responderam aos questionamentos da reportagem.
O Congresso Nacional aprovou, no começo do mês, um projeto que autoriza a compra de vacinas pela iniciativa privada, mas determina que metade das doses sejam doadas ao SUS até que os grupos de risco tenham sido completamente imunizadas no Brasil. O número de pessoas que fazem parte do grupo de risco ultrapassam 77 milhões. O Brasil vacinou menos de 15 milhões até o momento.