‘Lua de mel’ de Bolsonaro com Centrão chega ao fim um mês após ter começado

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acabou desagradando com a escolha de Marcelo Queiroga como novo Ministro da Saúde.

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As mortes provocadas pela Covid-19 no Brasil acabaram minando a aliança do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) com o Centrão. Vale lembrar que, há pouco mais de um mês, aconteceram as eleições internas do Congresso e, com isso, a vitória dos candidatos governistas. No entanto, agora, a relação de Bolsonaro com o Centrão passou de um estado de “lua de mel” para diversas cobranças públicas e até ameaças veladas da abertura de uma CPI e de um impeachment para investigar o Planalto.

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Há uma semana, Bolsonaro indiciou a médica Ludhmila Hajjar para substituir o general Eduardo Pazuello à frente do Ministério da Saúde. Além disso, a indicação do presidente ainda foi endossada por Arthur Lira (Progressistas-AL), presidente da Câmara dos Deputados. A médica é guiada pelas orientações de especialistas mundiais em meio à pandemia do coronavírus, contudo, optou por não aceitar o cargo de ministra da Saúde.

Diante da recusa de Ludhmila Hajjar, Bolsonaro acabou escolhendo o cardiologista Marcelo Queiroga para o cargo, amigo pessoal do seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). A frente do Ministério da Saúde, Queiroga diz que seguirá a mesma cartilha que vem sendo seguida pelo Planalto.

Ao que tudo indica, Lira se sentiu contrariado após a escolha do novo ministro da Saúde. Através de uma videoconferência, o presidente da Câmara falou em evitar a “agonia” da população e ainda um “vexame internacional”. Além disso, Lira, que antes se dizia contra uma abertura de um processo impeachment de Bolsonaro, alegando que não seria prioridade e desestabilizaria o país, na última semana acabou mudando o seu argumento. Desta vez, o deputado diz que ainda não teve “tempo” para analisar os pedidos de impeachment que a casa recebeu.

Marcelo Ramos (PL-AM), vice-presidente da Câmara, comentou sobre Queiroga afirmando que o médico assumiu a frente do ministério da Saúde sem poder contar com a “paciência” do Centrão, e ainda sem tempo para aprender e sem chance para errar.

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