Mesmo liberados da prisão domiciliar após uma decisão tomada pela Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o policial aposentado Fabrício Queiroz e sua esposa, Márcia de Aguiar, nunca chegaram a revelar os segredos envolvendo o esquema de rachadinha que foi aplicado no gabinete do até então deputado estadual Flávio Bolsonaro, que hoje é senador, e nem ao menos a respeito dos repasses que, juntos, acumulam o valor de R$ 89.000 que foram depositados na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Desde que as investigações tiveram início, o casal manteve o sigilo por causa de duas promessas. A primeira promessa diz que o trabalho do Ministério Público do Rio iria ser arquivado nos tribunais superiores, o que ainda não aconteceu de uma forma definitiva.
Além disso, ao liberarem o casal da prisão domiciliar, a Quinta Turma do STJ também anulou as quebras de sigilo bancário e fiscal do ex-policial militar, sua esposa e ainda de outros 90 investigados no caso. Contudo, confirmaram a legalidade dos relatórios realizados pelo Coaf, que deram início às investigações em curso. No entanto, vale lembrar que ainda existem outras questões importantes que estão à espera de uma manifestação do STF (Supremo Tribunal Federal).
Na segunda promessa envolve, mesmo que a Justiça opte por não arquivar o caso, uma ajuda que deverá ser recebida pela família de Queiroz, para que assim, a família do policial não seja largada à própria sorte – isso, claro, desde que ele não conte nada sobre o que viu, ouviu e fez em nome da primeira-família da República.
Vale lembrar que Queiroz é amigo pessoal de Jair Bolsonaro (sem partido) desde a década de 80.