‘Dói demais ver as crianças morrendo sem poder ver os pais’, relata pediatra que atua no combate à Covid

Pediatra que atua na rotina em UTI destinada a Covid-19 relata a dura rotina no combate ao vírus.

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A pandemia do coronavírus se tornou o grande pesadelo da sociedade atual. Infelizmente, muitas mortes em virtude do vírus estão comovendo a sociedade, principalmente as pessoas que lidam diretamente com a situação todos os dias, que são os profissionais de saúde. Uma pediatra que atua na linha de frente na luta contra a Covid-19 comoveu com um desabafo.

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A médica trabalha em pacientes pequenos contou que precisa respirar fundo todos os dias e costuma meditar toda manhã enquanto se prepara para o seu plantão dentro da UTI Infantil Albert Sabin, que fica em Fortaleza, no Ceará. No local a pediatra precisa lidar com bebezinhos, crianças e adolescente que foram infectados com o vírus e travam uma árdua batalha pela vida sem sequer poder segurar a mão dos pais em um momento tão delicado e difícil.

A pediatra Cinara Carneiro disse que procura acolher os pequenos pacientes, porém não consegue nem dar um sorriso devido à máscara de proteção. Portanto, o acolhimento e carinho precisam ser passados através do tom de voz, olhar e o toque. Pacientes infectados com a Covid-19 não recebem visita e a medida foi tomada desde o começo da pandemia por causa do duro cenário de descontrole da doença.

Durante uma entrevista concedida, a médica relatou que o paciente chega lúcido a unidade, mas acaba piorando e precisando ser entubado. Muitos morrem e os pais não podem acompanhar de perto todo o processo. Ela disse que casos mais graves em crianças são raros, mas apesar de ser minoria existe situações em que a morte acaba ocorrendo.

“Dói ver uma criança morrendo sem ver os pais. Fica muita coisa não trabalhada no luto desses familiares… Por mais que a gente tente explicar por telefone, muita coisa não está sendo vista e vivida”, desabafou a pediatra. Sem a presença da família, fica a missão difícil para os profissionais de saúde ter que acalmar e acolher os pequenos pacientes que sentem medo.

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