A pandemia do coronavírus segue assolando a população nacional de forma arrebatadora. Nos últimos dias, os casos de Covid-19 têm crescido significativamente. Em Campinas, a morte de uma adolescente de 13 anos ligou o alerta de toda a população. Saudável, a pequena Ana Clara Macedo Santos, foi vítima da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica pós-Covid-19.
A condição rara tem atingido crianças e jovens de até 19 anos. Na cidade paulista, o caso de óbito ocorrido com Ana Clara foi o primeiro.
Em desabafo feito ao portal G1, o pai da adolescente, Paulo César dos Santos, de 50 anos, lamentou a perda precoce da filha, e alertou outros pais.
“Era uma criança saudável, uma criança espontânea. Se ela não tivesse contraído o coronavírus, ela não teria morrido. […] Se importem. Porque infelizmente está aumentando os casos sobre crianças“, disse o pai de Ana.
Todos infectados
Motorista, Paulo César contou que boa parte da família contraíram a Covid-19: ele, a esposa e os três filhos, menos a caçula Ana Clara. Em fevereiro, a adolescente apresentou um quadro intenso de cólicas. Hospitalizada, ela recebeu o diagnóstico que já havia tido contato com o vírus, mesmo sem apresentar sintoma. No dia 24 de fevereiro, ela acabou não resistindo e teve falência múltipla dos órgãos.
“Não sabíamos que existia a síndrome, ficamos sabendo pelo hospital”, desabafou o pai da adolescente.
Em silêncio
Segundo infectologistas, a maioria das crianças não desenvolve sintomas após ter contato com o vírus. Quando contrai, geralmente acaba sendo de uma forma mais leve.
Segundo o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas, a síndrome pós-Covid é caracterizada por inflamações da parede dos vasos sanguíneos de órgãos, vias respiratórias e sistema nervoso.