O caso do menino de 11 anos que foi resgatado pela Polícia Militar no mês de janeiro, após ser mantido acorrentado em um barril, pelo próprio pai, causou forte comoção nacional e revolta. Nesta segunda-feira (15), o UOL teve acesso a informações acerca das investigações da ocorrência, no qual o motivo alegado para tal tortura foi revelado.
De acordo com a apuração das autoridades, o menino ficou preso no local porque “pegou comida que não era autorizado”. Em depoimento à Delegacia de Defesa da Mulher, a criança de 11 anos disse que estava há cerca de um mês dentro do tonel, sendo amarrado com correntes e cadeado, como castigo de ter pegado comida sem autorização dos pais. O fato em questão teria ocorrido no final de 2020.
O próprio pai da criança em depoimento inicial às autoridades disse que o castigo era uma forma de “educar” o filho.
Nas investigações, a Polícia Civil também fez oitivas com os vizinhos, que revelaram que desde alguns dias que antecederam o Réveillon, o menino desapareceu. Bastante ativo, o garoto sempre brincava na rua, mas passou a não ser mais visto.
O relato das testemunhas coincide com o que ele disse à equipe médica do Hospital Ouro Verde, primeira unidade hospitalar em que ele foi internado. Na oportunidade, o garoto disse que viu a passagem de ano dentro do barril por um pequeno buraco.
Sem escola
A apuração da polícia também constatou que o menino não estava matriculado em nenhuma escola municipal ou estadual de Campinas em 2020. Diante disso, o Ministério Público pediu o indiciamento do pai por abandono de intelectual. A solicitação foi feita pela promotora Adriana Vacare Tezine, que ainda aguarda a decisão judicial.
Internado em um abrigo, o menino ainda espera pela definição da Vara da Infância e Juventude para saber seu futuro.