O fim do repasse do Auxílio Emergencial aumentou e muito o número de pessoas na linha da pobreza no Brasil. O término desse benefício concedido no período de pandemia já levou 2 milhões de pessoas para a pobreza apenas no primeiro mês de 2021.
Com isso, 13% da população brasileira, ou seja, 26 milhões de pessoas, estão se mantendo com uma renda per capita de 250 reais mensais. Esse impacto causado pelo fim do repasse foi calculado por Naercio Menezes Filho, que é coordenador da Cátedra Ruth Cardoso no Insper, a pedido do G1.
De acordo com informações apresentadas pelo pesquisador, o número de pobres no país hoje em dia já é maior do que o que foi calculado antes do início da pandemia do coronavírus. No ano de 2019, 12% da população brasileira era pobre, o que dá em média 24 milhões de pessoas.
“Com o Auxílio Emergencial, o país conseguiu reduzir a pobreza, a extrema pobreza e a desigualdade de renda”, afirma Naercio. “A pobreza só não cresceu mais agora porque uma parte das pessoas que estava em casa e recebeu o auxílio conseguiu arrumar emprego”, disse Naercio.
Por conta do pagamento do benefício, que tinha parcelas de 600 reais por beneficiado, ajudou a recuar esse número para 8% da população brasileira. Se for considerada a linha da extrema pobreza, que é 150 reais mensais, o número teve a incrível queda de 3 para 1%. Esses números foram os menores registrados no país desde os anos 70.
Essa deterioração do índice social no país já era aguardada por estudiosos, uma vez que os números começaram a se tornar alarmantes com a redução de 600 para 300 reais mensais.