O caso de morte de Camila Cassimiro da Conceição, de 32 anos, gerou uma forte comoção nacional e deixou familiares desolados. Grávida de trigêmeos, a mulher deu à luz na última terça-feira (26), na cidade de Itajaí (SC), em parto dentro da normalidade, mas depois apresentou um quadro de hemorragia, ficando em estado grave, e vindo à óbito na quinta-feira (28).
No primeiro instante, o Hospital Marieta Konder Bornhausen, não divulgou a causa da morte da paciente. Uma semana exatamente após a morte de Camila, a certidão de óbito foi divulgada, apontando que ela morreu após um quadro de “atonia uterina”, que a perda da capacidade contratação do útero, sendo vítima de um choque hemorrágico.
O problema da vítima foi intensificado pelo fato dela ter tido outros três partos no intervalo dos últimos 13 anos, sendo que um deles já havia sido de gêmeos.
A hemorragia pós-parto ocorre quando o útero não está contraindo da maneira correta, sendo uma das principais causas de mortalidade materna. Vice-presidente da Associação dos Médicos Obstetras e Ginecologistas de Santa Catarina, Ricardo Maia, disse que Camila se enquadrava em todos os cenários de riscos na gestação.
“Ela estava indo para o quarto parto, sendo que um deles tinha sido de gêmeos e isso fez que o risco de atonia uterina aumentasse muito. A gravidez era de um risco absurdo”, disse Maia em entrevista ao portal G1.
Sem entender
A morte de Camila Cassimiro deixou os familiares dela desolados, principalmente pelo fato da gestação da paciente ter sido tranquila. De acordo com Éricka Layne, sobrinha da vítima, a tia efetuou todos exames e cumpriu todo o pré-natal dos trigêmeos.
“A minha tia não tinha nenhum problema de saúde, fez o pré-natal tudo certinho e ultrassom. Ela foi para maternidade com a cesárea agendada pelo médico. Durante o parto, ocorreu tudo bem”, desabafou a sobrinha.
Sob investigação
No mesmo dia da morte de Camila, a Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar o caso, que segue em sigilo. A Corregedoria do Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC) também vem apurando informações.