O caso de tortura contra um menino de 11 anos revelado no último final de semana pela Polícia Militar em Campinas, interior de São Paulo, chocou o país. Acorrentado dentro de um barril de ferro, a criança foi encontrada em estado deplorável, após denúncias anônimas.
Os relatos dos policiais responsáveis por resgatar o garoto e dos enfermeiros que o atenderam no Hospital Ouro Verde causaram forte comoção. Debilitado, o menino foi encontrado sem roupas, com pernas inchadas pelo fato de ser mantido acorrentado em pé, e em uma estado de desnutrição grave.
Sem comer há cinco dias, o garoto era alimentado com cascas de bananas, e chegou a revelar que comeu fezes no tempo em que esteve preso.
Estado de saúde atualizado
Muito magro, o menino pediu comida logo após ser resgatado por policiais. Atendido por socorristas do Samu, ele foi levado para o Hospital Ouro Verde, onde segue internado. De acordo com informações repassadas pela Prefeitura de Campinas, que é responsável pela administração da unidade hospitalar, a criança tem “boa condição de saúde”.
Diante do quadro de desnutrição grave, o menino permanecerá internado até alcançar peso considerado ideal para a idade dele.
Três são presos
Na ação, a Polícia Militar prendeu três pessoas suspeitas pelo crime de tortura: o pai da criança, a namorada dele, e a filha desta mulher. O auxiliar de serviço, se condenado, pode pegar de 2 a 8 anos de prisão, enquanto as duas mulheres, podem responder por omissão, com a pena variando entre 1 a 4 anos de detenção.
A polícia chegou a fixar uma fiança de R$ 5 mil para cada uma delas, mas não há informações acerca dos pagamentos.