O caso de tortura de um menino de 11 anos, revelado no último sábado (30), pela Polícia Militar, em Campinas (SP), causou forte revolta e repercussão nacional. Ao chegarem na residência, as autoridades encontraram a criança dentro de um barril de ferro com mãos e pés acorrentadas e uma situação desoladora.
A vítima estava nua, debilitada e com sinais de desnutrição avançada. De acordo com policiais que participaram do resgate, o menino era alimentado com casca de banana, e a última vez que comeu comido havia sido há cinco dias. O caso da família já vinha sendo acompanhado pelo Conselho Tutelar, ao menos, há um ano. Contudo, o órgão alegou não ter conhecimento que o nível de tratamento do pai e namorada para com a criança era tão agressivo.
“Colocavam para ele casca de banana, fubá cru”, relatou o cabo Rodrigo Carlos da Silva, em entrevista ao portal G1.
A PM compareceu ao local depois de denúncia anônimas de vizinhos. Três pessoas foram presas: o pai da criança, a namorada dele e a filha desta mulher. O caso segue sob investigação e foi registrado na 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no Jardim Londres, na cidade campineira.
Segundo o delegado responsável pelo caso, há estimativa que o menino vivia acorrentado no barril há cerca de um mês, em dias não seguidos.
Réveillon por buraco
Em relato feito à equipe de enfermagem do Hospital Ouro Verde, onde foi atendido, o menino disse que viu os fogos de artifício da virada do ano através de uma fresta que foi feita para ele respirar, no barril.
O pai do garoto, um auxiliar de serviços, de 31 anos, poderá responder por crime de violência, em que a pena varia de 2 a 8 anos de prisão. A namorada e a filha dela podem ser indiciadas por omissão no caso, podendo pegar de 1 a 4 anos de detenção.