Na semana passada foi feito o último saque do Auxílio Emergencial. Agora os brasileiros em situação de extrema pobreza não podem mais contar com esse benefício. No ano passado foram aprovadas parcelas de R$ 600, depois o valor caiu para R$ 300 e esse ano a ajuda chegou ao fim.
Foram gastos cerca de R$ 300 bilhões para ajudar 67,8 milhões de cidadãos em todo país, de acordo com a própria Caixa Econômica Federal. Estima-se que, no ano passado, mais de 30% da população brasileira tinha o Auxílio Emergencial como única fonte de renda, já que muitos acabaram sendo prejudicados por esta pandemia e não tiveram mais como trabalhar.
Para o Datafolha, esse benefício dificilmente será renovado, ainda mais depois das eleições para as presidências do Senado e da Câmara, já que existe uma grande chance de que os eleitos sejam senadores e deputados ligados ao Planalto e que darão todo apoio ao presidente.
De acordo com fontes próximas ao governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, vinha dando sinais de que, se o Auxílio Emergencial retornasse e o teto de gastos não fosse respeito, ele poderia deixar o cargo.
Mas especialistas acreditam que, para o benefício voltar, não depende apenas de ‘cálculo econômico’, mas de uma estratégia, já que a popularidade de Bolsonaro vem despencando. O fim do Auxílio Emergencial tem contribuído para essa queda, e voltar com esta ajuda poderia dar um alívio a presidente.
“Hoje eles são contrários ao auxílio emergencial, mas com essa queda de popularidade do presidente, a gente já constatou que foram criados balões de ensaio para o renascimento desse auxílio“, explica Acácio Miranda, que é advogado e analista político.