Brincalhona, amorosa e dedicada: conheça a mãe dos 7, morta após hemorragia em parto de trigêmeos

Camila chegou a ser submetida a uma cirurgia de urgência, mas não resistiu às complicações desencadeadas pela hemorragia.

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Camila Cassimiro da Conceição, de 32 anos, tinha como meta de vida a conquista de um emprego melhor, a fim de que pudesse dar condições dignas para as quatro filhas. Por essa razão, deixou Indiaroba, em Sergipe, para tentar a vida em Itajaí, no estado de Santo Catarina, há cerca de dez anos.

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No final de 2020, veio a grande surpresa de sua vida: Camila estava grávida de trigêmeos. Por conta da rara gestação, o parto precisou ser antecipado por via cesariana. Os bebês nasceram bem e saudáveis, sem maiores complicações, mas a mãe foi diagnosticada com uma hemorragia severa poucas horas após o trabalho de parto. Mesmo submetida a uma cirurgia de urgência, acabou não resistindo, vindo à óbito.

As duas primeiras gestações de Camila tiveram como fruto as filhas mais velhas do casal. Na terceira gravidez, o casal foi surpreendido com gêmeas, também meninas. Desta vez, a gestação dos trigêmeos foi recebida com susto, com os sintomas sendo confundidos com um quadro de Covid-19. Embora não tenha sido planejada, a nova gravidez trouxe alegria para os pais, sobretudo pelo fato de estarem à espera do primeiro menino do matrimônio.

Família se mobiliza para ajudar as crianças órfãs

Em entrevista ao G1, o irmão de Camila, Altamir Santos, conta que foram necessários alguns minutos desde a notícia da morte, até que a ficha pudesse cair, assimilando a informação. Dos cinco irmãos de Camila, é o único que também mora na cidade de Itajaí, onde ganha a vida com o ofício de pedreiro.

“Ela estava bem, não reclamava de nada e sempre cuidou muito das crianças. Agora vamos tentar nos revezar para tentar ajudar o marido dela”, disse o irmão. Em sua memória estão os bons momentos vividos ao lado da familiar, que contagiava a todos com o seu jeito brincalhão e sorridente, sempre muito amorosa e preocupada com a educação dos filhos. “Ela vivia rindo, éramos muito companheiros, nunca brigamos. A gestação foi tão boa, estava indo tudo tão bem, eu não entendo”, disse.

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A filha de Santos, Éricka Layne, de 24 anos, nutria ótima relação com a tia. Pela proximidade de suas idades, eram verdadeiras amigas, dividindo os assuntos do dia a dia, principalmente relacionados com a maternidade, além de compartilharem dos mesmos sonhos e ideais de vida.

A jovem lembra que as gêmeas de 3 anos não ficavam um minuto sequer longe de Camila, tendo em vista o grande apego para com a mãe amorosa. “Ela estava empolgada, alisava aquele barrigão toda hora, queria amamentar os três até quando pudesse, igual fez com as gêmeas”, lembra a sobrinha.

Com a morte de Camila, a família está se mobilizando para ajudar o viúvo, José Cleber Xavier, de 34 anos, na criação dos sete. O pai da família trabalha como pedreiro em Itajaí, e conheceu a companheira em Sergipe, compartilhando juntos o mesmo projeto de tentar a vida na região Sul do país. Eles estavam juntos há 13 anos, e a morte repentina da companheira despertou grande tristeza no companheiro.