A pandemia do coronavírus segue devastando milhares de famílias brasileiras. Em relato comovente ao portal UOL, a professora Adriana Aparecida Paim Avanci, de 45 anos, evidenciou o sentimento de perda e revolta cinco dias após o falecimento da mãe, a aposentada Maria das Graças Paim, de 71 anos, vítima fatal de complicações por conta da Covid-19.
Residente em Ribeirão Preto, interior paulista, Adriana disse que a mãe costumava a se informar por grupos de WhatsApp sobre a pandemia, e classificava a doença provocada pelo coronavírus como uma “gripezinha”.
“O sentimento é de muita revolta, porque perdi a minha mãe para as fake news. Ela assistia a muitos vídeos na internet e não acreditava que essa doença existisse. O que mais dói é saber que não é só ela que era assim, tem muita gente perdendo a vida por causa de notícias falsas”, desabafou a professora.
Resistência e negacionismo
Segundo Adriana, a mãe Maria das Graças não acreditava na existência da Covid-19 e se recusou por diversas vezes ir ao hospital para receber atendimento médico. Depois de muita insistência de familiares, a aposentada aceitou o tratamento, mas quando isso aconteceu já era tarde demais, e ela acabou não resistindo.
A idosa apresentou os primeiros sintomas no dia 29 de dezembro, quando começou a sentir dor de garganta e no corpo. Mesmo alertada de que os sintomas eram ligados à Covid-19, ela se negou ir ao hospital.
Depois de dez dias lutando para convencer a aposentada, os filhos enfim conseguiram levá-la para uma unidade hospitalar. Neste período, Adriana também chegou a testar positivo para a doença, e ficou em isolamento.
Maria das Graças teve uma piora significativa no quadro médico, e mesmo diante de todo o cenário de complicação, deu entrada no hospital afirmando que estava ali contra a vontade. Dias depois, a situação dela piorou, sendo necessário a transferência para um leito de UTI e entubação. No dia 17 de janeiro, ela acabou não resistindo após sofrer duas paradas cardiorrespiratórias e morreu.