Filha aciona Justiça por UTI para o pai, mas ele morre vítima da Covid em transferência: ‘Só queria salvá-lo’

Vítima esperou quase duas semanas por leito de UTI, e acabou não resistindo às complicações da doença.

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Vítima fatal da Covid-19, o aposentado Josemi Alves Lourenço, de 57 anos, foi um que perdeu a vida à espera de um leito em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O carioca deu entrada no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro, no início de dezembro, mas a unidade não tinha vagas disponíveis para UTI.

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Neste cenário de superlotação, Josemi ficou 11 dias entubado em uma ala específica da unidade para casos graves. Na sequência, após a família conseguir uma liminar na Justiça para que o paciente fosse encaminhado para um leito de UTI, ele acabou morrendo no ato da transferência.

Em entrevista concedida ao portal UOL, a filha de Josemi, Alessandra Lourenço, desabafou sobre a perda e o sentimento de impotência vivido por não ter conseguido salvar a vida do pai. 

“Era um sentimento de injustiça, porque conseguimos uma vaga, mas a transferência não seria imediata. E é uma vida que está ali. Eu só queria salvar a vida do meu pai”, desabafou a filha da vítima. 

A luta por uma UTI

Segundo Andressa, o pai dela deu entrada na unidade hospitalar no dia 3 de dezembro, consciente, mas apresentando um quadro de saturação oscilante, e sentindo falta de ar. Com o passar dos dias, ele foi piorando. 

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No dia 11 de dezembro, ela acionou a Justiça para obter uma liminar visando a transferência de Josemi para um leito de UTI. O resultado positivo saiu no dia seguinte, mas diferentemente do que os familiares pensavam, o ato não era dos mais simples, tendo em vista que havia muitas pessoas na mesma situação esperando vagas. 

No dia 14 de dezembro, depois de muita luta, a família conseguiu a transferência do paciente para a Fiocruz. Contudo, Josemi acabou sofrendo uma parada cardiorrespiratória, e não resistiu.