Enfermeira de hospitais públicos dos municípios de Contagem e Sarzedo, Bárbara Christini Ferreira Santos foi mais uma vítima da Covid-19 entre profissionais que atuam na linha de frente no combate ao coronavírus. A funcionária pública morreu na última sexta-feira (1), por complicações da doença.
Revoltados com a morte da enfermeira, familiares da vítima denunciam que, mesmo ela integrando o grupo de risco da Covid-19, o pedido de afastamento da profissional de saúde foi recusado.
Segundo a família, Bárbara tinha quadro de asma, bronquite, lúpus, pneumonia e anemia hemolítica autoimune. No início da pandemia, a enfermeira pediu para ser afastada de suas atividades nos dois municípios. A Prefeitura de Contagem acatou a solicitação e, diante do laudo médico, liberou a profissional.
Na cidade de Sarzedo, no entanto, a decisão não foi a mesma. Após fazer a análise do laudo acatado em Contagem, a administração do município negou o pedido. De acordo com a irmã da vítima, Luciane Oliveira, em entrevista ao R7, o afastamento acabou sendo indicado por mais de uma equipe médica.
“Ela apresentou o mesmo laudo aqui em Sarzedo, mas ele não foi aceito. Com as pneumonias recorrentes, os médicos daqui recomendaram que ela fosse afastada, mas isso foi negado novamente”, disse a irmã da vítima.
Revolta
Bárbara se arriscou trabalhando em Sarzedo até o dia 14 de dezembro. Depois de apresentar falta de ar e tosse, ela foi internada dias depois. Na sequência, a profissional de saúde chegou a ser transferida duas vezes para unidades hospitalares de Contagem, mas acabou não resistindo e morreu no primeiro dia de 2021.
Inconformada com a perda e a tragédia que já vinha sendo “anunciada”, a irmã da vítima mostrou revolta contra a atitude da gestão de Sarzedo, e evidenciou preocupação com os profissionais de saúde, que estão expostos ao coronavírus. “Eles não estão sendo respeitados. É preciso ter solidariedade, piedade”, disparou Luciane Oliveira.
Até o fechamento desta matéria, a Prefeitura de Sarzedo não se pronunciou sobre o caso.