Apesar do divórcio, juíza tinha compaixão pelo ex-companheiro: ‘Tentava preservar a imagem do ex-marido como pai’

As gêmeas de 7 anos, e a mais velha, de 9, presenciaram cada uma das 16 facadas desferidas contra Viviane.

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Na fatídica tarde do dia 24 de dezembro, véspera de Natal, as três filhas da juíza de direito Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, estavam na companhia da mãe dentro do carro particular da família. Juntas, iriam encontrar o engenheiro Paulo José Arronenzi, de 52 anos, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ).

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Zelar pelo psicológico das crianças era o maior objetivo da vítima, que não queria vê-las envolvidas no conflito entre ela e o ex-marido. Mesmo com o conturbado término de relacionamento, “tentava preservar a imagem do ex-marido como pai”, de acordo com relatos de amigos de Viviane. O fato de ceder a guarda das crianças para que passassem a noite de Natal na companhia do engenheiro evidenciam essa preocupação por parte da magistrada.

Para os investigadores, o crime foi premeditado. Quando Viviane desceu do automóvel, foi recepcionada com golpes de faca, a maioria no rosto. A mão esquerda também foi ferida, em uma tentativa de se defender. A perfuração fatal atingiu a sua jugular, provocando uma hemorragia irreversível.

Mesmo caída no chão, continuou sendo golpeada com facadas em suas costas, e possivelmente foi arrastada pelo asfalto por alguns metros. As informações constam no laudo cadavérico do Instituto Médico-Legal (IML), usado como prova nas investigações.

As três meninas, com idades entre 7 e 9 anos, presenciaram toda a cena. Enquanto a mãe era golpeada, ficaram imóveis, sem saber o que fazer. Restaram os gritos de socorro, pedindo para que o pai cessasse os golpes. “Por favor, para! Para! Para!”, implorou uma das crianças ao pai feminicida.

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Amigos e familiares testemunham que Paulo José não aceitava o fim do casamento, que durou entre os anos de 2009 a 2020. Todas as vezes que tentava reconciliação, ao ouvir recusa, tomava reações explosivas. Após ameaças e agressões, Viviane requisitou ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) uma guarda particular.

No convívio da família, seis homens armados eram mantidos à disposição, 24 horas por dia. Quando a família saía de casa, era acompanhada por dois automóveis com os seguranças. Após semanas nestas condições, Viviane abriu mão da escolta a pedido das filhas, que justificaram o fato do pai “não ser bandido”.