As filhas da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, presenciaram o crime cometido pelo pai, o engenheiro Paulo José Arronenzi, de 52 anos. O feminicida não aceitava o fim do relacionamento e sempre tinha reações explosivas quando frustrava suas tentativas de reconciliação, conforme relatado por testemunhas.
Na fatídica tarde do 24 de dezembro, véspera de Natal, a juíza compareceu até um local da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ), para ceder a guarda das crianças ao pai, para que elas pudessem passar a Noite de Natal em sua companhia. “Por favor, para! Para! Para!”, gritou uma das meninas, enquanto via o pai assassinando a mãe.
De acordo com o presidente da Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro (Amaerj), Felipe Gonçalves, as crianças estão absolutamente abaladas. Elas não compareceram ao velório da mãe, tendo em vista os traumas psicológicos. Um alvará expedido pelo plantão judiciário de Niterói (Rio de Janeiro), definiu a guarda das crianças para a avó materna, que ficará responsável pela tutoria.
O casal esteve junto entre os anos de 2009 a 2020. Após o divórcio, Paulo José começou a ameaçar a ex-companheira, incluindo casos de agressão, motivos pelos quais passou a contar com uma escolta particular cedida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
Depois de alguns meses, a juíza abriu mão da escolta. Ela levou em consideração um pedido pessoal feito pelas crianças, dizendo que o pai “não era bandido”. Para preservar o psicológico das filhas, Viviane tomou a decisão de dispensar os seguranças. No fatídico dia do assassinato, estava sozinha.