Quatro pessoas que participaram voluntariamente das pesquisas para a vacina da Pfizer/BioNTech contra a Covid-19 desenvolveram um tipo raro de paralisia, conhecida por Bell. Trata-se de um tipo de imobilidade temporária dos nervos que formam o rosto humano. A descoberta aconteceu na fase 3 de testagem, que é a última. Os dados fazem parte de um criterioso relatório proposto pela FDA, a agência reguladora dos Estados Unidos.
“Esses casos ocorreram aos 3, 9, 37 e 48 dias após a vacinação. Um caso (início em 3 dias após a vacinação) foi relatado como resolvido com sequelas dentro de três dias após o início, e os outros três foram relatados como continuando ou resolvendo a partir do corte de dados de 14 de novembro de 2020 com durações contínuas de 10, 15, e 21 dias, respectivamente”, consta no relatório proposto por esta agência.
Para a vacina deste laboratório em específico, foram utilizadas 21.823 pessoas para a fase de testes número 3. Outras 21.828 tomaram placebo, conforme as estratégias de controle de eficácia do imunizante requisitado pelos órgãos internacionais. Segundo a FDA, o número de voluntários que desenvolveram a paralisia de Bell está nos conformes previstos proporcionalmente ao número de pessoas que receberam a vacina.
Para a agência reguladora, essa relação casual não será motivo suficiente para impedir o andamento das pesquisas. Todavia, recomendou vigilância quando a vacinação for realizada em massa, diante da possibilidade de uma parcela pequena de pessoas desenvolver a paralisia de Bell.
Em geral, os pacientes que desenvolvem a paralisia de Bell conseguem se livrar do problema de saúde após vários meses. Em casos mais severos, poderá acontecer tratamento complementar com uso de corticoides, de acordo com orientação médica, além de fisioterapia para restabelecer os movimentos dos nervos e músculos da face.
Ainda segundo a FDA, o número de pacientes com paralisia de Bell e que fiazem parte do grupo que recebeu a vacina é consistente com a taxa esperada na população em geral. Não há evidências de que a vacina da Pfizer causou a doença, mas a agência reguladora continuará monitorando os casos.