Juíza quebra o silêncio e expõe caso de abuso e racismo de mulher negra dentro do Carrefour por funcionários

Depois do assassinato de João Alberto, outro caso repugnante veio à tona, dessa vez ocorrido entre 2017 e 2018.

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A morte de João Alberto Silveira Ferreira, um homem negro de 40 anos, causou uma enorme repercussão no Brasil. Ele foi vítima de espancamento por dois seguranças, de cor branca, de um Carrefour de Porto Alegre (RS). Após a notícia do crime viralizar pelo país, vem à tona outro delito repugnante envolvendo a rede de hipermercados.

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Uma mulher de cor negra, lésbica, com baixo poder aquisitivo e dependente química, foi presa por ser suspeita de furtar alimentos de uma loja do Carrefour situada na cidade do Rio de Janeiro. Acontece que ela foi espancada e abusada intimamente por funcionários do mercado, de acordo com a juíza Cristina Cordeiro, do TJRJ.

A informação foi repassada pelo Twitter da magistrada nesta sexta-feira (20). Na publicação, Cristina dá detalhes da audiência e do caso que teriam acontecido entre os anos de 2017 e 2018, vindo à toma somente agora.

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https://twitter.com/CristianaFc?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1329824824282247169%7Ctwgr%5E&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.brasildefato.com.br%2F2020%2F11%2F21%2Fjuiza-relata-caso-de-tortura-e-estupro-contra-mulher-negra-em-loja-do-carrefour-no-rj

“Ao chegar à audiência de custódia (que, na época, era realizada no prédio do Tribunal, no centro da cidade), vi que o médico que a examinou descreveu que ela estava com um curativo no ânus. Ela dizia que havia se machucado ao evacuar, algo assim. Só que a história real não era essa”, começou o relato.

Segundo informações da magistrada, a vítima teria hesitado em contar o verdadeiro motivo dos ferimentos em seu corpo, porém, confessou que tinha sido torturada por funcionários de um Carrefour do Rio de Janeiro.

De acordo com a história exposta, a mulher, negra, teria sido pega furtando alimentos, não sendo a primeira vez que isso acontecia. Mas, dessa vez, teve algo diferente. Ela foi encaminhada para uma pequena sala, onde ali foi brutalmente agredida com um pedaço de madeira. Abalada, não conseguiu contar do abuso para a juíza, criando coragem para discorrer sobre o ocorrido apenas com a psicóloga.