Delegada gera revolta ao negar racismo em assassinato de negro, morto por seguranças brancos no Carrefour

Os seguranças envolvidos no crime responderão por homicídio qualificado pela morte de ‘Beto’.

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A delegada responsável pelo caso do negro assassinado no Carrefour por dois seguranças brancos despertou sentimento de revolta ao dizer que o crime não foi motivado por racismo. João Alberto Silveira Freitas, 40, foi espancado até a morte enquanto fazia compras em unidade do supermercado na cidade de Porto Alegre (Rio Grande do Sul) na noite desta sexta-feira (19).

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Roberta Bertoldo, da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Porto Alegre, afastou a possibilidade dos seguranças terem agido motivados por preconceito. Todavia, não explicou os motivos para a alegação. A declaração foi dada à Folha.

Família contraria versão da Polícia Civil

Para os familiares de Beto, como era conhecido em seu círculo social, não restam dúvidas de que o crime foi motivado por racismo. João Batista Rodrigues Freitas, 65, pai da vítima, à mesma reportagem, justifica a alegação ao citar a fúria na qual os seguranças se revestiram durante as agressões.

“Foi um episódio de racismo. Basta ver a força da agressão”, alega o familiar. Outros amigos e parentes de Beto reclamam de um clima pesado nos bastidores da unidade do Carrefour onde o crime aconteceu, denunciando que há tempos eram tratados de maneira diferente, com “cara feia” e acompanhados pelos corredores do supermercado, possivelmente por preconceitos raciais.

Os dois seguranças foram presos em flagrante e respondem por homicídio qualificado. Um deles, policial militar temporário, foi encaminhado para o presídio da corporação. O segundo está sob responsabilidade da polícia civil.

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