Esposa de negro espancado no Carrefour viu ele morrer na sua frente e está desesperada: ‘Ele pediu ajuda’

Milena Borges Alves, 43 anos, tentou ajudar o marido durante as agressões mas foi impedida pelos seguranças.

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Milena Borges Alves, 43 anos, esposa de João Alberto Silveira Freitas, 40, morto por seguranças do Carrefour às vésperas do Dia da Consciência Negra, concedeu uma entrevista ao Gaúcha Atualidade na manhã desta sexta-feira (20) relatando os momentos de pânico que vivenciou na noite de ontem.

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“Eu estava pagando no caixa. Ele desceu na minha frente. Quando cheguei, ele já estava imobilizado. Ele pediu ajuda, quando fui, os seguranças me empurraram”, recorda a esposa. “Ele fez um gesto com a mão. Ele era muito brincalhão, estava sempre brincando”, prossegue.

Milena viu o marido ser espancado por dois seguranças brancos enquanto fazia compras em uma das unidades do supermercado localizado na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Após ser expulso do estabelecimento, Freitas continuou a ser agredido do lado de fora e, apesar de desorientado e ensanguentado, recebe sucessivos golpes. Uma ambulância do Samu foi acionada, mas o óbito foi confirmado no local.

O delegado Leandro Bodoia, plantonista da Delegacia de Homicídios, explica que uma funcionária do caixa do supermercado diz ter sido ameaçada de agressão por Freitas, acionando os seguranças do local. Na sequência, a vítima e os agentes começam um bate-boca, que prossegue para as agressões do lado de fora do estabelecimento.

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Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva foram presos em flagrante. Um deles, policial militar temporário, foi encaminhado para o presídio do batalhão. O segundo está sob custódia da Polícia Civil. O Carrefour rescindiu o contrato com a empresa terceirizada de vigilância sanitária envolvida no crime.