Afinal de contas, qual a melhor idade para as crianças começarem a aprender inglês?

Especialista alerta para cuidados com hiperestimulação e acompanhamento por profissionais capacitados.

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Que um segundo idioma faz a diferença em uma carreira profissional, isso não há dúvidas. Porém, antes mesmo de chegar na tão sonhada realização, uma pergunta que mexe muito com a cabeça dos pais é: quando matricular o filho em um curso de idiomas, já pensando no futuro profissional?

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O estudo do Massachusetts Institute of Technolog (MIT) aponta que o ideal é que um segundo idioma seja introduzido nos primeiros anos de vida das crianças. A neuropediatra credenciada da Paraná Clínicas, Dra. Mayara de Rezende Machado (CRM-PR 30.880, RQE 21.642/23.258), destaca que por mais que não haja consenso em relação a idade, existe uma convenção de que até os 10 anos de idade há maior facilidade na aquisição de uma segunda língua, com maior probabilidade dessa criança se tornar fluente no idioma. “Isso, provavelmente, se deve à neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro de formar novas conexões, facilitando o aprendizado de uma forma geral, e é muito mais comum em crianças”, explicou.

Ainda de acordo com a médica, outros fatores podem interferir amplamente nesse aprendizado como motivação, interesse e integração com a cultura da nova língua, amém de estratégias individuais de aprendizado.

Uma das principais questões a serem observadas é o interesse pessoal da criança, além de um material didático e linguagem adequados para cada uma delas. Para a professora da Cultura Inglesa Curitiba, Diana Bellardi Martins, com experiência de 29 anos na docência e especialista em Inglês para Crianças, é preciso que as crianças sejam atraídas para aquele conteúdo. “Não há como desenvolver um bom trabalho sem levar em conta que cada criança possui sua especificidade de aprendizado e essas questões só podem ser percebidas por profissionais que tenham conhecimento na área. Uma criança de quatro anos, aprende diferente de uma de sete, mesmo que estejam no mesmo nível de inglês”, destacou a professora.

Outro fator importante para o aprendizado é que o ritmo da criança seja respeitado e que esse conteúdo seja sempre acompanhado por um profissional competente para orientar o melhor método de aprendizagem.

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Para a neuropediatra, é preciso ter cuidado com a hiperestimulação nas crianças, que muitas vezes pode ocorrer em casa, com a pressa dos pais para o aprendizado. “Existe uma série de efeitos potencialmente negativos que podem surgir de uma hiperestimulação. Podemos ver o contrário do que esperamos, como atraso nas habilidades de linguagem, sociais e motoras, prejuízo na atenção e dificuldades de organização, alterações comportamentais como agressividade e irritabilidade, um baixo limiar à frustração e até prejuízo na qualidade do sono. O que as crianças realmente precisam é brincar, interagir com outras crianças e adultos, explorar ambientes diversos. É dessa forma que se criam oportunidades de trocas que podem ser enriquecedoras para o seu neurodesenvolvimento. Essa reciprocidade que acontece na interação adulto-criança e é essencial para um desenvolvimento saudável”, comentou a profissional.

Ainda de acordo com a professora, é preciso que as crianças tenham convivência com outras crianças para que o aprendizado seja efetivo. “Os aplicativos, desenhos em inglês e telas de um modo geral, não devem substituir a convivência das crianças, porque é assim que elas mais aprendem. Em casa, os pais podem utilizar desses apetrechos para potencializar o aprendizado, mas eles não devem substituir o ensino convencional”, enfatizou.