Os perigos da automedicação para se livrar dos maus hábitos da quarentena

Usar medicamentos sem prescrição para tratar doenças e vícios que surgiram durante o isolamento pode causar danos sérios à saúde.

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A pandemia do novo coronavírus trouxe hábitos ruins para uma boa parte da população. O aumento ou surgimento da ansiedade, má qualidade do sono, consumo excessivo de bebida alcóolica e tabagismo são alguns dos problemas de saúde que atingiram os brasileiros durante a quarentena.

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A 17ª edição da pesquisa “Impactos nos Hábitos de Compra e Consumo”, da startup Opinion Box, aponta que 75% dos participantes tiveram problemas com a insônia e 65% chegaram a perder a hora algumas vezes. Outro problema recorrente tem sido a fome emocional (vontade de comer mesmo sem ter fome), que afetou ao menos 66% dos respondentes.

No período de reabertura gradual de alguns estabelecimentos, discute-se a possibilidade de essas pessoas se livrarem dos maus hábitos adquiridos durante o isolamento domiciliar. No Google, a busca por “remédio para parar de fumar” teve um pico no fim de julho, o que desperta, ao mesmo tempo, animação e preocupação em muitos profissionais da área da saúde.

Segundo Adriano Ribeiro, farmacêutico da rede de farmácias Extrafarma, é importante evitar a automedicação, independentemente de qual seja o problema. “Ainda que as intenções sejam as melhores, alguns destes medicamentos que auxiliam fumantes a largarem o vício podem causar efeitos colaterais, então é importante sempre procurar um profissional habilitado e verificar se o medicamento é realmente necessário.

A fome emocional, que muitas pessoas acreditam solucionar com dietas e ansiolíticos, também precisa de atenção e acompanhamento de nutricionistas e psicólogos. Neste caso, a automedicação pode ser ainda mais perigosa.

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“Medicamentos contra a ansiedade são controlados e possuem contraindicações, por isso a importância do acompanhamento médico”, explica Adriano. .

A importância de consultar um médico também implica em identificar o tamanho do problema. Se uma pessoa adquiriu um hábito ruim apenas durante a quarentena, pode ser que os danos sejam menores e mais fáceis de serem revertidos.

“Além das medicações, é muito importante adotar uma mentalidade de aprendizado, retomar uma rotina alimentar composta por refeições saudáveis, prática de exercícios físicos e boas noites de sono e tentar identificar seus deslizes para evitá-los no futuro. Manter o equilíbrio é a melhor forma de termos saúde.”