Alento dos brasileiros em tempos de crise por conta da pandemia do coronavírus, o Auxílio Emergencial reascendeu a economia do país nos últimos meses e tem sido uma importante fonte de renda para milhares de brasileiros. No entanto, os altos custos com o programa social inviabilizam a sua continuidade. Prorrogado pela segunda vez, o benefício vai até o dia 31 de dezembro.
Depois do término do programa, estima-se de acordo com a Folha de S. Paulo, que 16 milhões de brasileiros retornarão à pobreza. Isso equivale à metade da população total da Venezuela. Neste cenário, quase um terço da população passará a viver com menos de R$ 522,50 ao mês, em média. As cifras estão abaixo da metade de um salário mínimo.
Segundo o jornal, o fim do Auxílio Emergencial terá o efeito contrário e rápido do que foi proposto com a criação do benefício, onde mais de 67 milhões de brasileiros foram contemplados ao menos com uma parcela do programa. A interrupção dos pagamentos fará com que o índice de pobreza no país passe de 23,6% (50,1 milhões de pessoas) para cerca de 31% (66,2 milhões).
Depois de algumas especulações acerca de uma possível nova extensão do programa para 2021, o ministro da Economia, Paulo Guedes, cravou a possibilidade como inexistente, confirmando assim o fim do benefício para dezembro.
Regiões mais afetadas
No levantamento da Folha, as regiões Nordeste e Norte são colocadas como principais afetadas com o aumento da pobreza, fazendo o caminho inverso de meses atrás quando o Auxílio Emergencial foi criado.
O cenário de desemprego por conta da pandemia, onde milhares de pessoas acabaram sendo despedidas pelo fechamento de empresas também liga o alerta. Sem contar o fato que muitos trabalhadores informais ficaram impossibilitados de trabalhar diante das medidas de prevenção no combate à Covid-19.