5% das crianças no mundo tem TDAH -déficit de atenção e/ou hiperatividade-impulsividade

Especialista fala sobre os tipos de TDAH – desatento e combinado, diagnóstico e tratamento.

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O TDAH é um tema bastante falado nos últimos tempos, muitas crianças com diagnósticos incorretos, porque devemos lembrar que nem toda criança agitada tem TDAH, pode ser parte da maturação do comportamento do desenvolvimento neurológica da própria criança.

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Dificuldade de concentração, impulsividade e inquietação acima do normal com prejuízos visíveis na vida da criança e dos pais, são os principais sintomas que ajudam pais e professores a identificarem o TDAH na criança e encaminhá-los ao neurologista infantil, para que junto a uma equipe interdisciplinar, consigam fechar o diagnóstico.

Segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), o distúrbio afeta de 3% a 5% das crianças em idade escolar e sua prevalência é maior entre os meninos. A boa notícia é que os sintomas melhoram na adolescência.

Características Diagnósticas 

O TDAH começa na infância. O DSM-5 diz que a exigência de que vários sintomas estejam presentes antes dos 12 anos de idade, exprime a importância de uma apresentação clínica substancial durante a infância. Ao mesmo tempo, uma idade de início mais precoce não é especificada devido a dificuldades para se estabelecer retrospectivamente um início na infância. 

A característica essencial do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade é um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento ou no desenvolvimento da criança. 

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Segundo a Dra. Gladys Arnez, Neurologista Infantil à frente da Clínica Neurocenterkids, podemos considerar dois grandes Tipos do TDAH: – O Tipo Desatento e o Tipo Combinado. 

TDAH TIPO DESATENTO 

Neste caso, a desatenção manifesta-se como introspecção, timidez, medo de errar, divagação em tarefas, falta de persistência, esquecimento excessivo, dificuldade de manter o foco e desorganização. É notado quando por exemplo, a criança vive perdendo material escolar, esquece livro, mochila; Pode até ser uma criança esforçada, mas é muito desatenta e geralmente apresenta muita dificuldade escolar, dificuldades nos relacionamentos e baixa autoestima- explica a Dra Gladys Arnez.

TIPO COMBINADO- (DESATENDO+ HIPERATIVO E/OU IMPULSIVO)

Você já deve ter se deparado com crianças que não conseguem parar quietas, estão o tempo todo “aprontando”, “a mil”, como se estivessem “ligadas na tomada”.

A hiperatividade refere-se à atividade motora excessiva (como uma criança que corre por tudo, não fica quieta e mesmo quando não é apropriado, ela mexe nas coisas, cutuca ou conversa em excesso, tirando a atenção de todos à sua volta. Não obedece aos pais em casa, tem sempre que fazer o que ela quer, caso contrário ela faz muita birra e estas manifestações acontecem tanto na escola como em casa ou em qualquer lugar onde a criança estiver (igreja, casa de parentes, festinhas de colegas, lojas, restaurantes, etc…).

Quando impulsivos, suas principais características são a agitação e impulsividade. Estão sempre buscando coisas novas e estimulantes. Apresentam muita dificuldade de pensar antes de fazer e durante e ao longo da vida, sofrem com acusações de serem irresponsáveis e inconsequentes. Mudam de assunto de forma recorrente e agem impulsivamente, chegando a apresentar comportamentos agressivos.

O diagnóstico e o Tratamento 

Na falta do diagnóstico, é muito normal ter como verdade que estas, são crianças mal educadas, cujos pais, no geral ausentes, tem muita dificuldade para impor limites ou não estão “nem aí” para a educação dos filhos. É possível que sim, mas geralmente os pais e familiares se preocupam e sofrem muito com a situação e geralmente todo esse sofrimento acontece por falta de diagnóstico e tratamento. “Essas crianças apresentam algum problema médico que deve ser investigado, entre eles o TDAH”-, explica a Dra. Gladys Arnez, Neuropediatra. 

No entanto, a verdade é que não existe um marcador biológico ou um exame que apresente um diagnóstico preciso, mas somente a observação da criança, avaliação cognitivo comportamental por diversas profissionais e em diversos locais no dia a dia dela, junto a uma equipe interdisciplinar, é que levará a um diagnóstico correto.

O que se deve ser considerado, é que em todos os casos do Déficit de Atenção, com ou sem hiperatividade, com ou sem impulsividade, a criança sofre e precisa de ajuda – diz a Dra Gladys. Ela não passa por isso ilesa e tudo isso acontece justo numa fase da vida em que ela não consegue definir em palavras precisas o que está sentindo, então, é muito importante que haja tratamento individualizado, tanto para um caso quanto para outro. É necessário que a criança passe por um neuropediatra, psiquiatra, psicologia e todas as avaliaçãoes necessárias, que os pais levem a sério cada etapa do tratamento, explica a especialista.