O caso Miguel ganhou um novo desdobramento nesta semana. Em decreto, a 21ª Vara do Trabalho de Pernambuco determinou o bloqueio de R$ 2 milhões em bens do casal Sari Corte Real e Sérgio Hacker, ex-patrões da mãe e da avó de Miguel, criança de 5 anos que morreu depois de cair de um prédio de luxo em Recife, em junho deste ano.
O decreto foi assinado pelo juiz substituto José Augusto Segundo Neto, e foi determinado depois de uma ação civil pública do Ministério Público do Trabalho de Pernambuco.
“A tragédia traz consigo vários questionamentos: da superexploração do trabalho ao preconceito do labor doméstico e ao preconceito racial, passando por improbidade administrativa, que aqui aparece de forma subjacente. Não se trata, pois, apenas de interesse individual de dois ou três empregados”, afirmou o juiz, na decisão.
O bloqueio inclui móveis, imóveis, bem como ativos financeiros, título da dívida pública e entre outros bens que totalizem até R$ 2 milhões. Sari Corte Real e o marido terão o prazo de até 15 dias para apresentar a defesa.
Candidato à reeleição
Esta não é a primeira vez que Sérgio Hacker tem seus bens bloqueados pela Justiça, em julho, o político que é candidato à reeleição no município de Tamandaré, situado no litoral pernambucano, recebeu uma determinação do Tribunal de Justiça do Trabalho.
O bloqueio se deu pelo fato de que as duas empregadas domésticas que trabalhavam em sua residência estavam inscritas no quadro de funcionários municipais, mesmo sem nunca aparecerem na prefeitura.
O caso
O incidente ocorrido com Miguel se deu no dia 2 de junho, quando a mãe dele, Mirtes Souza, deixou a criança com a ex-patroa para passear com o animal de estimação da família que a empregava. O menino caiu do 9º andar do Edifício Píer Maurício de Nassau, no Centro de Recife, após ter possivelmente abandonado por Sari Corte Real.
A primeira-dama de Tamandaré foi presa em flagrante por homicídio culposo, e foi liberada após pagar fiança de R$ 20 mil. O caso segue em julgamento.