Pelo fato de ser um agente infeccioso pouco conhecido na literatura médica, o novo coronavírus segue sendo alvo de pesquisas incessantes. Cientistas de todo o globo se mobilizam na tentativa de compreender melhor como ocorre a invasão e respectivo ataque ao sistema imunológico e, diante disso, o caso ocorrido com uma jovem sul-coreana de 28 anos está sendo tratado como sem precedentes.
A paciente foi diagnosticada com a Covid-19 após fazer um voo internacional entre Milão, na Itália, e Seul, capital da Coréia do Sul. O acontecimento inovador neste contágio repousa no fato da jovem ter sido infectada após utilizar o banheiro público da aeronave. Analisado por pesquisadores da Universidade Soonchunhyang, de Seul, o caso foi relatado no jornal Emerging Infectious Diseases, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos.
A hipótese de que o contágio tenha acontecido durante a viagem está respaldada no fato do voo ter sido fretado pelo próprio governo da Coréia do Sul para repatriar os cidadãos do país que estavam na Itália durante o pico da pandemia que atingiu o país. O voo seguiu rigorosas medidas de segurança, como impedimento do embarque de pessoas com sintomas semelhantes aos da Covid-19, bem como a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção tipo n95, consideradas as mais eficazes contra este tipo específico de vírus.
Antes de regressar para a Coréia do Sul, essa vítima se manteve em rigorosa quarentena, com total isolamento social, enquanto esteve na Itália, durante três semanas. Além disso, chegando ao seu país, continuou isolada, sendo monitorada de perto pelo governo.
Quando o avião chegou até Seul, testes foram feitos na tripulação, constatando que seis pessoas apresentavam quadros assintomáticos de Covid-19. Cerca de poucos dias depois, já em quarentena na Coréia do Sul, a jovem, alvo desta pesquisa, também recebeu diagnóstico positivo.
Durante todo o voo, a mulher só tirou a máscara em um instante: quando foi ao banheiro. Com isso, os pesquisadores concluíram que esta “a explicação mais plausível” para o caso. As suspeitas são de que o Sars-CoV-2 que lhe contaminou estivesse em alguma superfície no interior do banheiro, no qual a vítima teve contato direto com as mãos. Partículas flutuando pelo ar estão inicialmente descartadas, pelo fato do sistema de ventilação da aeronave ser bastante eficiente.