Na última semana, o caso da menina de 10 anos que era abusada pelo tio desde os 6 anos de idade, comoveu o Brasil e gerou muitos debates, principalmente, porque a criança ganhou, na Justiça, o direito de realizar um procedimento abortivo.
Muitos extremistas antiaborto se posicionaram contra o procedimento, tanto nas redes sociais quanto em frente ao hospital onde a menina foi internada para a realização do aborto – este último aconteceu após a ativista Sara Winter divulgar nas redes sociais onde a criança realizaria o procedimento.
Mas, nem mesmo as manifestações contra o aborto foram suficientes para que ele não acontecesse. A menina já recebeu alta hospitalar e viajou com a avó, com destino sigiloso para que se evite que ela seja, novamente, hostilizada por estas pessoas que se posicionaram contra.
No meio de todo este tumulto, o tio da criança de 10 anos acabou sendo preso e confessando ‘informalmente’ o crime. Além de contar que aproveitava as saídas da família para ficar a sós com a menina, a quem abusava há 4 anos, ele também deu a entender que não seria o único a cometer o crime, e sugeriu que um teste de paternidade de outras duas pessoas próximas à criança também fossem feitos.
Inicialmente, as autoridades não descartam a possibilidade. Contudo, primeiramente, um teste de paternidade do tio será realizado para que se comprove se ele é ou não o pai da criança que a menina esperava.
“Foi feito um contato da Perícia Técnico Científica do Espírito Santo com a Polícia Técnico Científica de Pernambuco. O material genético do feto já foi recolhido, está sendo tratado pelo laboratório policial de Pernambuco e em breve será encaminhado para a Polícia Civil daqui, onde vamos então fazer o exame de DNA. Tão logo fique pronto, é 100% prova do estupro dessa pessoa, que vai corroborar tudo que já temos. O prazo de exame de DNA é de 30 dias”, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil do Espírito Santo, José Darcy Arruda.
Com o resultado em mãos será possível dar sequência ao inquérito e, se necessário, caso dê negativo, a petição de mais testes para que os culpados pelo crime sejam identificados e levados à justiça. O tio da criança poderá ser condenado a 15 anos de prisão, independentemente do resultado do exame, uma vez que o crime já foi confessado. Resta, agora, saber se mais alguém esteve envolvido na atrocidade.