Em depoimento, PMs que espancaram jovem negro disseram que o motivo da agressão seria um ‘boné do Hulk’

O episódio que aconteceu em um shopping no Rio de Janeiro espalhou revolta por todo o país por conta das imagens de brutalidade.

PUBLICIDADE

Os policiais acusados de agressão contra um jovem negro dentro de um shopping na Ilha do Governador, Rio de Janeiro, prestaram depoimento nesta segunda-feira (10). Em defesa, eles negaram que o ataque covarde tenha sido motivado pela cor da pele da vítima. O motivo seria um boné com o personagem Hulk, dos filmes e desenhos animados, que segundo eles, foi confundido com o símbolo utilizado por admiradores de um famoso traficante de drogas.

PUBLICIDADE

“Eles disseram que desconfiaram do Matheus não pelo fato de ele ser negro, mas, porque usava um boné que fazia referência ao Hulk, alcunha de um traficante também conhecido como Gil”, disse o delegado Marcus Henrique, da 37ª DP, segundo o jornal O Globo.

O depoimento prestado pelos dois policiais militares é a primeira das retaliações após os atos de agressão contra o rapaz de 18 anos, entregador de aplicativos de delivery e que estava no centro comercial para trocar um relógio que havia adquirido para dar de presente ao pai no último Dia dos Pais, celebrado neste domingo (9).

https://twitter.com/Pedrougemeos/status/1291563471570599937

Ao entrar numa loja Renner, Matheus Fernandes foi cercado pelos acusados e retirado a força. A empresa afirma que os homens não fazem parte do seu quadro de funcionários e, além de lamentar o fato, repudia qualquer tipo de ataques racistas.

PUBLICIDADE

Já o traficante de drogas citado pelos policiais militares acusados de agressão como o possível desencadeador das agressões contra o jovem está morto. Em uma operação da Polícia Militar do estado de Rio de Janeiro, Hulk, alcunha para Gil, foi baleado há mais de um ano, ainda de acordo com as informações do delegado Marcus Henrique.