Caso Miguel: Sarí é indiciada e pode pegar muitos anos de cadeia, caso condenada

Ex-patroa da mãe de Miguel foi indiciada por abandono de incapaz com resultado morte.

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Primeira-dama da cidade de Tamandaré, em Pernambuco, Sarí Côrte Real foi indiciada pelo crime de abandono de incapaz com resultado morte no caso do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, que morreu ao cair do nono andar do prédio onde Sarí mora, em região nobre do Recife.

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A mãe de Miguel, Mirtes Souza, trabalhava para Sarí. No dia em que o menino morreu, ela chegou para trabalhar acompanhada do filho e saiu para levar o cão de Sarí para passear. Miguel queria descer para ver a mãe. Em um primeiro momento, Sarí impediu que ele entrasse no elevador.

Na segunda vez, ela não impediu e permitiu que o garoto ficasse sozinho dentro do elevador. Miguel apertou alguns botões depois que o elevador fechou e desceu no nono andar, onde acessou uma porta, caminhou por um corredor e chegou ao local de onde caiu. A queda foi de mais de 30 metros de altura.

Sarí pode ser condenada a até 12 anos

Em entrevista ao JC, o advogado criminalista Yuri Herculano falou sobre o indiciamento contra Sarí. De acordo com o advogado, o indiciamento como o de Sarí acontece quando o agente está com a guarda momentânea do incapaz. De acordo com a lei, uma criança de cinco anos é assim considerada.

“Nesse caso, é necessário que haja a vontade deliberada da indiciada de abandonar o menor dentro do elevador, inclusive assumindo o resultado da morte. A polícia entendeu que houve vontade de abandonar a criança e anuência com o possível resultado”, afirmou o advogado à reportagem do JC.

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A pena para esse tipo de crime varia de quatro a 12 anos. De acordo com o Código Penal Brasileiro, Sarí pode ficar em regime fechado se for condenada a mais de oito anos. O regime semi-aberto é aplicado aos condenados com penas de quatro anos até 7 anos, 11 meses e 29 dias.